terça-feira, 25 de janeiro de 2011

São Paulo 457 anos

Alguma coisa acontece no meu coração. Que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João...

Hoje dia 25 de Janeiro de 2011, São Paulo, a terra da garoa e das tormentas nesses últimos tempos completa seus 457 anos. Comparada às cidades do velho mundo, uma cidade adolescente, mas totalmente madura na economia, na cultura, nas artes e no jeitinho que só o paulistano tem.

Eu amo São Paulo. Amo nossas avenidas largas no centro velho e adoro as estreitas vielas do Ipiranga. Amo nosso parques, verdes e cheios de sorrisos e não vivo sem nossos grandes espaços cinzentos de concreto escaldante.

A “muvuca” da Rua 25 de março aos domingos com seus sacoleiros que vêem até aqui comprar para em suas cidades poderem ganhar o pão de cada dia.

São Paulo é o centro econômico do país. Aqui estão os bancos, às indústrias, os transportes e o dinheiro que movimenta o país, que enriquece alguns e empobrece muitos outros.

São Paulo é a terra dos contrastes. Das mansões do Morumbi às favelas do mesmo bairro vemos as diferenças de vida, de estilo, de fala e de condições humanas.

Eu odeio São Paulo. Odeio a poluição que não permite-nos respirar encurtando nossas vidas em até 2 anos. Odeio saber que enquanto trabalho duro para ganhar meu salário no fim do mês, alguém está ganhando milhões por semana destruindo a vida de milhares de pessoas através da venda de drogas.

Não me cabe na cabeça a ideia de que onde nossa cidade está um dia já foi Mata Atlântica, um dia já foi lar de espécies que já não mais existem. Meu ódio aumenta quando penso que nossa frota de automóveis, responsável pelos congestionamentos intermináveis, por milhares de mortes anualmente e um dos maiores fatores para o aquecimento global só tende a aumentar. E pra quê? Para transportar um sedentário que compra um carro com cinco lugares para ter conforto sozinho. Isso não entra em minha cabeça. Por mais que eu tente.

Não consigo ver mais os endinheirados ajudando-se para enriquecerem mais e mais, enquanto os pobres têm que acordar de madrugada, enfrentar transportes públicos mal planejados e ainda por cima, apertados como sardinhas.

Mesmo assim vejo mudanças que já estão acontecendo e imagino muitas que poderão vir. A iniciativa privada está investindo em tecnologia verde, em ciclo vias e mudanças na cidade. Claro que fazem isso publicitariamente, mas temos que começar de algum lugar.

Realmente essa é uma cidade de contrastes. De amor e ódio. Mesmo assim é a cidade em que nasci e cresci e pretendo continuar vivendo por uns bons anos.

Vamos agir para chegar aos 458 anos em 2012 com muito mais avanços sociais, econômicos e humanos.

Essa é São Paulo.

2 comentários:

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