Sem Tetos Dormem em Barracas na Cidade de São Paulo

Barraca armada sob o viaduto Antartida na Barra Funda.

Já faz alguns meses que venho notando debaixo de pontes e principalmente nos canteiros centrais de determinados lugares conhecidos pelo alto número de moradores sem teto na cidade de São Paulo, um grande número de barracas de camping do tipo iglu. No início fiquei intrigado com aquelas barracas, imaginei que a prefeitura estava distribuindo barracas para os moradores sem teto como alguma maneira de mostrar para o público que o sistema também trata bem os excluídos. Confesso que fiquei muito chateado com a atitude que eu achava que a prefeitura havia tomado, cheguei a dizer que estava errado incentivar as pessoas a continuar nas ruas, que o certo seria dar oportunidade a elas. Isso até gerou um conversa entre meu amigo @Becker_Arce e eu.

Então resolvi fazer uma pesquisa na nossa conhecida Internet e achei pouca coisa sobre o assunto. O que mais me ajudou, foi uma matéria publicada no site do Jornal da tarde, cujo, vocês poderão ler na integra AQUI.

Partindo dessa pesquisa, descobri que na realidade as barracas foram adquiridas pelos próprios moradores de rua, como maneira de fugir ao rigoroso inverno paulistano. O motivo maior que os levou a tomar essa atitude foi o corte no número de vagas nos abrigos da capital paulista. Segundo o Jornal da Tarde, a instalação de barracas ou quaisquer outros tipos de abrigos nas ruas é proibida e fiscalizada pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). Há dois anos, a prefeitura de São Paulo iniciou uma política de fechamento dos albergues (abrigos) e cortou quase mil vagas obrigando a grande população de sem tetos a continuarem sem um.

Segundo os moradores de rua, a GCM permite a montagem das barracas após as 22h. Eles dizem que além do corte de vagas, as condições precárias dos abrigos são mais uma razão para se morar em barracas.

Agora vamos pensar. O sistema acha que os moradores de rua são um problema, concordo, mas é um problema gerado pelo próprio sistema opressor capitalista no qual vivemos. E qual a solução que eles encontraram? Cortar as vagas e fechar inúmeros abrigos que serviam de refugio para os moradores de rua. Tratar eles como números ao invés de cidadãos que eles também são.

A meu ver, não dar oportunidade para um sem teto se reintegrar na sociedade, causa um crescimento na população carente e moradora de rua, que busca muitas vezes refugio nas drogas ou na criminalidade. Agora, por favor, não entendam que sou preconceituoso e disse que moradores de rua são usuários de drogas ou bandidos, longe disso, sei que em sua maioria não tiveram as mesmas oportunidades que nós e se viram obrigados a residir nas ruas. Mas o que me dizem da Cracolandia? Não é um problema social ocasionado por motivos parecidos, ou seja, o sistema não é o maior culpado de todos?

Pense nisso.

@alexanderjosee